Fome emocional: Como a nutrição pode ajudar

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Luzilândia

Por Layra Vieira – Nutricionista

Você já sentiu vontade de comer mesmo sem estar com fome? Talvez tenha buscado um doce após um dia estressante ou devorado um pacote de salgadinhos para “compensar” um momento difícil. Isso é mais comum do que parece – e tem nome: fome emocional.

Diferente da fome fisiológica (aquela que o corpo sente quando realmente precisa de energia), a fome emocional surge como uma resposta a sentimentos como ansiedade, tristeza, tédio, solidão ou até alegria. E, muitas vezes, ela vem acompanhada de escolhas alimentares impulsivas e pouco nutritivas.

Como a nutrição pode ajudar?

A boa notícia é que, com o acompanhamento nutricional adequado, é possível identificar esses gatilhos e construir uma relação mais saudável com a comida. Veja algumas estratégias que utilizo na prática clínica:

1. Educação alimentar e autoconhecimento
Ajudar o paciente a diferenciar a fome física da emocional é o primeiro passo. Com orientações claras e escuta ativa, conseguimos criar um plano alimentar que respeite a rotina e o estado emocional da pessoa.

2. Planejamento das refeições
Ter uma rotina alimentar organizada reduz a chance de episódios de compulsão. Comer em horários regulares e fazer boas escolhas evita longos períodos de jejum e reduz o risco de descontar emoções na comida.

3. Atenção plena (mindful eating)
Ensinar o paciente a comer com atenção, saboreando os alimentos e reconhecendo os sinais de saciedade, ajuda a diminuir a ingestão impulsiva.

4. Suporte interdisciplinar
Em casos mais intensos, é essencial trabalhar junto com psicólogos. A fome emocional é uma expressão do que está no campo emocional, e o trabalho conjunto entre nutrição e psicologia potencializa os resultados.

Comer também é afeto – e tudo bem

Não há problema em buscar conforto na comida de vez em quando. O cuidado está no excesso e na frequência com que isso acontece. Comer deve ser um ato de nutrição, mas também pode ser prazeroso – desde que com consciência.

Se você sente que está comendo por impulso, por tristeza ou ansiedade com frequência, busque apoio. A nutrição pode (e deve!) ser uma aliada no seu autocuidado, sem culpa, sem dietas extremas e com muito acolhimento.

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