Amplicação da capacidade da Hidrovia do Parnaíba começa em 2026

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Luzilândia

Até o segundo semestre de 2026 devem começar as obras para a ampliação da capacidade da Hidrovia do Rio Parnaíba, importante modal que será usado para o transporte de mercadorias entre o sul e o norte do Piauí, facilitando a exportação de bens e produtos pelo Porto Piauí.

Segundo Daniel Guimarães, diretor de sustentabilidade da subsidiária Porto Piauí, o projeto de revitalização do Rio Parnaíba já foi aprovado pelo Comitê Gestor do Programa de Revitalização dos Recursos Hídricos das Bacias Hidrográficas dos Rios São Francisco e Parnaíba. “Falta apenas a publicação da resolução”, afirma Guimarães.

A aprovação do plano, realizado pela Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema), é necessária para a liberação de R$ 1 bilhão para a execução do projeto. O recurso é oriundo da privatização da Eletrobras, em 2022. Uma das condicionantes para a desestatização da empresa era usar parte do dinheiro da venda para a revitalização dos recursos hídricos das bacias dos rios São Francisco e Parnaíba.
Paralelamente, o Governo do Estado está trabalhando, junto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), na análise do termo de referência do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (Rima). Após essa etapa, o Governo vai elaborar os estudos ambientais para obter o licenciamento.

O trecho do Rio Parnaíba a ser ampliado e navegável tem 924 km e inicia em Uruçuí, onde há grande produção de grãos, passando pelos atracadouros de Guadalupe e Teresina até chegar a Luís Correia. “Após a conclusão da obra, o rio permitirá a navegação de embarcações de 16 metros de largura por 90 de comprimento, com calado de 3 metros”, explica Guimarães.

Rio será totalmente revitalizado

O projeto de revitalização não inclui apenas a ampliação da capacidade de navegação, mas também a revitalização das nascentes, a recomposição florestal, o abastecimento de água, o esgotamento sanitário, a dragagem e derrocagem, a educação ambiental, além da regularização e fiscalização.

O plano vai revitalizar completamente o rio, que passou por um grande processo de assoreamento nas últimas décadas. “A gente vai começar com a parte ambiental. Então, com o dinheiro liberado, já conseguimos executar uma grande parte relacionada à recomposição de vegetação, com a recuperação de margens do rio e de áreas de preservação permanente, que são aquelas que ficam na margem, além da revitalização das nascentes”, afirma Daniel Guimarães.
Impulsionando economia no interior

A ampliação da capacidade da Hidrovia do Rio Parnaíba é uma ação do governador Rafael Fonteles para estimular a economia e reduzir os custos de transporte de mercadorias dentro do estado, principalmente grãos de soja e milho, que hoje são escoados apenas por rodovias.

A proposta é ter um sistema intermodal, mesclando hidrovia, rodovia, ferrovia e o porto marítimo de Luís Correia. Por ele, o Governo quer exportar grãos e minérios e importar combustíveis e fertilizantes, dinamizando a economia do interior do estado.
A previsão é que a execução de todo o projeto dure de dois a três anos. Nesse período, haverá, além do R$ 1 bilhão, outros investimentos necessários, sendo R$ 350 milhões para a ligação com o porto de Luís Correia, liberados pela Porto Piauí, e R$ 600 milhões de empresas privadas, que serão responsáveis pelas estações ao longo do rio, onde ocorrerá o transbordo da carga da rodovia para a hidrovia.

União transfere gestão da hidrovia ao Piauí

No dia 16 de julho, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e o Ministério dos Portos e Aeroportos (MPor) assinaram convênio transferindo ao Piauí a responsabilidade pela administração, manutenção e operação da via navegável do Rio Parnaíba.

Com essa delegação, o Estado do Piauí passa a gerir diretamente os serviços da hidrovia, incluindo os atracadouros localizados entre os estados do Piauí e Maranhão, como os trechos Araioses–Canárias (MA), Ilha Grande–Tatus I e II (PI) e Uruçuí–Forquilha (PI).

Durante a reunião, em que representantes do Governo do Estado estiveram presentes, foram debatidas diretrizes operacionais, fluxos de acompanhamento e cronogramas de execução. Aos órgãos federais, MPor e DNIT, caberá o papel de fiscalização, elaboração de planos de supervisão, além da aplicação de medidas cabíveis em caso de descumprimento das obrigações estabelecidas no convênio.

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